No mês dedicado às mulheres, a campanha Março Lilás busca conscientizar sobre a saúde feminina e alertar para a importância da prevenção do câncer do colo do útero. Este câncer é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
A enfermeira e professora da Faculdade Florence, Tatiana Siqueira, comenta que o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente devido a alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). “A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. A importância da conscientização sobre esta doença é que, na grande maioria das vezes, ela pode ser evitada”, explica.
A docente comenta que o câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas na fase inicial. “Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais”, conta.
Os principais sintomas do câncer do colo do útero são:
Sangramento vaginal anormal;
Sangramento menstrual prolongado mais que o habitual;
Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue;
Sangramento após a menopausa;
Sangramento após a relação sexual;
Dor durante a relação sexual;
Dor na região pélvica.
Tatiana Siqueira, enfermeira e professora da Faculdade Florence
A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.
A professora Tatiana explica que a outra forma de prevenção está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação sexual. “O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal”, explica.
Além disso, o exame preventivo (conhecido como Papanicolau), deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces, que, se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.
Previna-se! A prevenção é um gesto de amor à vida.
De acordo com a profa. Tatiana Siqueira, na Enfermagem, o cuidado de pacientes com câncer ocorre em todas as etapas da doença: na prevenção, no rastreamento, na detecção precoce, nos diagnósticos, no tratamento, nas reabilitações e nos cuidados paliativos.
“A importância do enfermeiro no âmbito de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero é de extrema importância para todas as mulheres, sendo nosso papel sanar dúvidas e fazer a educação em saúde com bom êxito, para que assim sejam finalmente reduzidos os índices de mortalidade pela doença”, conta.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável por 311 mil óbitos por ano.
Na análise regional, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região Norte (26,24/100 mil) e o segundo nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste (12,35/100 mil). Já na região Sul (12,60/100 mil) ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (8,61/100 mil), a quinta posição (INCA, 2019).
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